‘Guarda-costas’ de pessoas que sofrem de transtornos relacionados a saúde mental

Segundo o treinador Glauco Lima, cães não apenas auxiliam em terapias, mas também proporcionam suporte emocional e físico após treinamento de dois anos e investimento de 20 mil dólares  

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Saúde Mental pode ser considerada um estado de bem-estar vivido pelo indivíduo. A OMS, nos últimos anos tem se revelado preocupada com as enfermidades psíquicas, com destaque à Síndrome do Pânico, que nos últimos 50 anos chama a atenção, e os números de casos cresce mundialmente. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, o número de pessoas com ansiedade generalizada aumentou mais de 200% na rede pública desde o ano anterior à pandemia, tendo o transtorno de pânico uma alta de 93%, de acordo com o órgão.

O número crescente de casos de indivíduos que passaram a conviver com a enfermidade, desperta a atenção de pacientes, especialmente àqueles que utilizam com frequência serviços aéreos, a busca pelo conhecimento sobre o papel desenvolvido pelos cães de assistência. Com valor de treinamento estimado em 20 mil dólares, os cães são preparados para atuar na vida de muitas pessoas como verdadeiros guarda-costas da saúde mental, ainda se reserva como uma ação pouco cultuada no país àqueles que sofrem com transtorno de pânico.

Com atuação no treinamento de cães há mais de três décadas, Glauco Lima, enxergou essa necessidade, ainda, no passado e investiu em estudos e cursos direcionados à área de Desenvolvimento Humano, com aprendizado em diversas ferramentas adotadas na terapia e no tratamento da ansiedade, do estresse pós-traumático e grandes perdas. Com a combinação de técnicas terapêuticas e o acompanhamento de cães de assistência, Glauco tem feito uma diferença significativa na vida de seus clientes que são conduzidos por médicos psiquiátricos.

“Esses animais não apenas auxiliam em terapias, mas também complementam o tratamento médico, proporcionando suporte emocional e físico. A combinação de cuidados médicos tradicionais com a presença de cães tem demonstrado eficácia no manejo de condições como a ansiedade e o estresse pós-traumático, contribuindo para a recuperação e o bem-estar dos pacientes”, explica o treinador.

A experiência e o conhecimento capacitaram o treinador a contribuir com pessoas no enfrentamento de tamanhos desafios, promovendo o bem-estar emocional e a resiliência. “Quando sou procurado pelo tutor do cão, faço o pedido médico do paciente. Posteriormente, marcamos uma reunião onde eu possa ter conhecimento do caso e fazer o planejamento para o treinamento do cão. Hoje, os cães se tornaram verdadeiros guardiões da nossa saúde mental e física. Esses peludos, com suas impressionantes capacidades cognitivas e olfativas, nos acompanham em momentos de vulnerabilidade e passaram a oferecer apoio emocional e conforto. Eles não apenas nos protegem, mas também nos ajudam a enfrentar nossos desafios, transformando-se em essenciais aliados na jornada da vida”, destaca Glauco Lima.

De acordo, com o treinador que ao longo de sua trajetória conversou com diversos especialistas da saúde mental, o desenvolvimento do transtorno do pânico em homens e mulheres está pontuado em sete fatores:

  1. Genética

A predisposição genética desempenha um papel significativo, pois pessoas com histórico familiar de transtornos de ansiedade têm maior probabilidade de desenvolver transtorno do pânico. Estudos sugerem que a hereditariedade pode influenciar a forma como o cérebro responde ao estresse e à ansiedade.

2. Fatores neuroquímicos

Os neurotransmissores, como serotonina, norepinefrina e dopamina, estão envolvidos na regulação do humor e das emoções. Desequilíbrios nesses neurotransmissores podem afetar a forma como o cérebro lida

3. Experiências de vida

Eventos estressantes ou traumáticos, como perdas graves, acidentes ou experiências de abuso, podem servir como gatilhos. A intensidade emocional desses eventos pode criar uma associação negativa com certas situações, levando a ataques de pânico em contextos semelhantes.

4. Estilo de vida

O uso excessivo de substâncias, como álcool, cafeína e drogas recreativas, pode intensificar a ansiedade e precipitar ataques de pânico. Estilos de vida sedentários e falta de sono também podem contribuir, afetando a saúde mental.

5. Padrões de pensamento

Pensamentos catastróficos e a tendência de antecipar desastres podem criar um ciclo de ansiedade. A hipervigilância em relação à saúde e a interpretação exagerada de sensações físicas podem levar à interpretação errônea de sintomas normais como ameaças, re

6. Fatores ambientais

Mudanças significativas na vida, como benefícios, mudança de emprego ou mudança de residência, podem ser estressantes e contribuir para o desenvolvimento do transtorno. O suporte social também desempenha um papel; a falta de uma re

7. Transtornos associados

O transtorno do pânico pode coexistir com outras condições, como agorafobia, depressão ou outros transtornos de ansiedade. A presença de múltiplos transtornos pode complicar o quadro

“O cão de assistência pode agir antes que a crise se intensifique, oferecendo suporte antecipado, como se aproximar através do contato físico e colocando pressão sobre o corpo do seu tutor para neutralizar a crise. Uma técnica para chamar atenção da pessoa assistida que visa acalmar e reorganizar a respiração consequência diminuir ansiedade, com lambidas no rosto do tutor mesmo que ele seja bloqueado e ignorado. A técnica é aplicada e mapeada através de um relógio Apple Watch que constrói todo o casamento entre o tutor e o cão”, finaliza o treinador ao destacar que o tempo de treinamento de um cão de assistência é 2 anos.

Foto: Divulgação